sábado, 2 de abril de 2011

Falta de professores #01

Antes de mais nada, peço desculpas pelo longo tempo sem postar. Os estudos andam me consumindo.


Eu, aluno do IFES Campus Vitória (antigo CEFETES, que já fora ETFES e, num passado distante - quando tio Anísio era adolescente - Escola de Aprendizes Artífices), estou desde o começo do semestre letivo, cerca de dois meses atrás, sem professor das disciplinas de Segurança do Trabalho e Comandos Elétricos. No sétimo período do curso, não é a primeira vez que minha turma passa por esse tipo de problema.

3º período - 2009/1
Logo no início do período letivo, a professora de Química III deixou de integrar o quadro de professores da instituição, e o processo para remanejamento de carga-horária dentro da coordenadoria de Química durou mais de um mês, tempo no qual ficamos sem aula da disciplina.

4º período - 2009/2
A professora de Informática Aplicada, depois de cerca de um mês de aula, deixou de frequentar as aulas sem que a escola nos desse uma posição concreta do motivo. Além disso, não nos foi oferecido nenhum professor interino para reposição das aulas e, com apenas uma prova nas primeiras semanas de aula, os alunos foram aprovados. Foram lançadas aulas "fantasmas" no sistema acadêmico, e ainda assim as mesmas não cumprem a ementa obrigatória da disciplina. Tais fatos venho tentando provar junto a escola, mas é algo difícil de se obter do IFES, tamanha sua desorganização administrativa.


5º período - 2010/1
Mais de um mês sem professor de Química V, uma professora que saiu da nossa turma após duas semanas de aula, para só então termos um professor definitivo.


7º período - ATUALMENTE
Como fora dito anteriormente, mais da metade do período letivo se passou, e agora fomos "presenteados" com não apenas uma, mas duas disciplinas sem professor. Justo agora, na reta final, em que estamos nos preparando para o Vestibular, quando dividimos nosso tempo entre o Ifes e as aulas do pré-vestibular, tanto durante a semana quanto aos sábados, surge a necessidade de reposição de aula devido ao atraso na contratação. Contratação que sequer ocorreu. Em conversa informal com Ricardo Paiva, atual diretor do Campus, ocorreu na última sexta-feira uma reunião com o MEC que definiu a liberação de verba para contratação de professores. Mas outro problema, apontado tanto pelo diretor quanto pelo coordenador de curso, Hans Rolf Kulitz, é a baixa demanda de professores para preencher os cargos pleiteados pelo concurso.


Novamente, nossa turma foi prejudicada quanto ao quantitativo de professores da escola. O que parecia ser conspiração, nada passa de incompetência administrativa. De quem? Bom, nunca vi um Cristo nessa escola que tenha se colocado na cruz: A culpa é sempre da burocracia, da falta de verba, dos poucos professores disponíveis no mercado, do Ministério da Educação... de uma coisa estou certo: não é dos alunos. Em 2011, existem 15 campi no estado, fruto de pura politicagem, trazendo como consequência o sucateamento da minha querida escola.

Eis a matéria publicada pelo jornal A Gazeta, em 29 de março de 2011:
Ifes: alunos sem aula e dez no boletim?

As aulas já começaram, mas os alunos do curso de Eletrotécnica do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em Vitória, dizem que estão sem professores. E a encrenca é antiga. No semestre passado, por exemplo, não houve aula de Informática. Mas veja só: mesmo assim a nota surgiu no boletim, como num passe de mágica, e todo mundo tirou dez, segundo Daniel Pompermayer, aluno do curso. Agora eles estão sem aulas de Comandos Elétricos e Segurança do Trabalho, e temem que mais notas fantasmas surjam por aí.
O Ifes, porém, nega a falta de professores de Informática e diz que desconhece a informação das "notas fantasmas".[1] Mas convenhamos: um aluno não reclama de um dez à toa...
A escola reconhece que não há professores de Comandos Elétricos e de Segurança do Trabalho, mas afirma que o processo seletivo para a contratação de substitutos está em fase de conclusão.[2] Que o processo seja longo, pode até ser, mas não dá para elaborar um plano de emergência para que os alunos comecem as aulas com o professor em sala de aula? É o mínimo, gente!

Para piorar, os laboratórios do curso estão interditados há três anos, segundo Daniel. De novo, o Ifes promete: neste ano, um novo prédio será construído para abrigar todos os laboratórios. Enquanto isso, eles funcionam em um pavilhão.
Aluno sem professor no início do período letivo é coisa séria. Esperamos que eles não sejam prejudicados - se é que já não foram. Estamos de olho!
E a gente é obrigado a ler esse tipo de coisa... é impressionante como a escola tem a capacidade de mentir sobre informações de tamanha relevância.

As eleições para novo Diretor-Geral estão vindo: Ricardo vs. Hans. Mudança ou estagnação, eis a questão.

nota: Agradecimentos ao Daniel Pompermayer, companheiro de sala, que tomou a iniciativa de entrar em contato com a imprensa.

10 comentários:

  1. Problema antigo esse, o 6º periodo de eletro vesp ta sem professor de instalações e se cogita até repor eessas aulas nos sabados do proximo semestre.. lamentavel... Daqui a pouco tem uma galera querendo entrar na faculdade e não podendo pq não tem toda a carga horaria cumprida. Mas vamos ver, época de eleição né? Acho que num passe de mágica as coisas vão se acertar por esse semestre,e só por esse, pq em todos eles é a mesma coisa

    ResponderExcluir
  2. Realmente a falta e o remanejamento de professores é um problema que percebo desde que entrei no Ifes, ainda Cefetes na época. Ja não me surpreendo mais quando professores faltam sem justificatica, ou saem da escola e nos deixam na mão, digo isso por que em 6 períodos de curso isso nao aconteceu nem uma nem 2, mas várias vezes, parece que a qualidade de ensino não é mais a prioridade máxima no Ifes.

    ResponderExcluir
  3. Sou aluno do curso de Eletrotécnica, sexto período vespertino, e nossa turma também passou por vários problemas em relação a falta de professores em diversos períodos, mas nada se compara a este módulo. Estamos sem professor de instalações elétricas des do início do semestre letivo.Isso nos prejudica muito, uma vez que tal matéria é de suma importância para o curso e esta ainda ajuda no entendimento de outra matéria do nosso mesmo período. Há boatos de reposição de aulas perdidas durante o sábado, o que nos trará um transtorno muito grande pois a maioria dos alunos da nossa turma fazem curso preparatório para o vestibular e estão saturados de aulas, inclusive aos sábados.

    ResponderExcluir
  4. Eu esperava que primeiro fossem pensar na qualidade do ensino, e não na quantidade de campi. O 6º módulo vespertino de Eletrotécnica (V05) está sem aula de instalações elétricas, já faz dois meses. O nosso professor de projetos, Hudson, resolveu adiantar as aulas dele. Porém, estamos próximos ao fim do curso, ainda sem aula de instalações, e saturados de aulas de projetos. E no módulo passado (5º), trocamos de professor de CCA e Matemática, 2 vezes no mesmo semestre. Fora que um professor de química também havia sido trocado, e, entre essas trocas, houve períodos que ficamos de duas semanas a um mês sem aulas daquela disciplina. Em outros módulos, também houve várias trocas de professores no meio do semestre.
    Eu acho um absurdo, para que ter 15 campi, se não se tem professores suficientes nem para um deles? É difícil estudar no maior deles, mas isso não significa que não podemos cobrar. Eu aprovo essa iniciativa e assino embaixo, porque não adianta ter nota se não aprendemos, mas também não podemos aprender se não houver quem possa nos instruir. Precisamos de professores, é um direito nosso. Que as autoridades do IFES tomem consciência e ajam rápido, porque nosso futuro está em jogo...

    ResponderExcluir
  5. Eu esperava que primeiro fossem pensar na qualidade do ensino, e não na quantidade de campi. Concordo plenamente com essa fala.

    No início do 2º semestre (V02), a minha sala não teve professor de química e quando resolveram colocar, mudaram-se os planos. Tivemos 3 professores diferente, cada um com a sua forma de explicar. E a troca de professores foi em véspera de prova. No final das contas, pelo menos para mim, Química II não adiantou de nada. No final do semestre, dobrou-se a nota da última prova pois não tinha TEMPO (COMO SEMPRE) de passar o resto da matéria e aplicar prova.
    O descaso com a educação está cada vez melhor. Porfessores não são contratador POR FALTA DE VERBA. Onde já se viu? Faltar professor no IFES e ainda mais por falta de verba! haha
    é um absurdo!

    ResponderExcluir
  6. Ta aí a resposta: "Em 2011, existem 15 campi no estado, fruto de pura politicagem, trazendo como consequência o sucateamento da minha querida escola".

    A política do atual governo (estadual e federal) é número e não qualidade.

    Mas, como diria a assessoria de imprensa de nossa amada instituição, "a sociedade precisa compreender que o IFES é uma instituição federal e é necessário processo seletivo". Precisamos entender, gente, somos um bando de cabeças pequenas!

    ResponderExcluir
  7. Falta verba né?
    http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/04/05/gasto-mensal-com-cartao-corporativo-aumenta-62-na-gestao-dilma-924169213.asp

    ResponderExcluir
  8. Juraaaaava que essa imagem do IFES era por causa do ifes - são francisco // Onde o forro do banhiro cai em cima das aluninhas.. Meu Deus, foooi a época que o ifes era O IFES// na verdade nem era ifes.. era cefetes
    aíí, ja tava perdendo a fama de O CEFETES tambéém.. eu agradeço a Deus todo os dias por estudar num lugar onde o mercado tem trabalho têm reconhecimento, e valorizam o esforço.. Mas peeelo amor de Deus.. A escola lá.. A gente tem que olhar baixo pq a quadra, que é em cima da biblioteca, pode cair já que está com rachaduras.. Pra cima também, porque o forro pode despencar.. Ter cuidado pra sala nao pegar fogo.(ééh, a sala pegou fogo durante as férias e essa é a unica informação que temos, ninguém explicou como aconteceu !, e levar seu barquinho particular, por lá alaga ! Vejam :http://www.youtube.com/watch?v=Q66DfBISXiI - Existem coisas boas também, muitas por sinal, os projetos do ifes são muito bons, mas eles podiam ajudar a gente com o báásico !
    Diiiiiiizem que a gente vai pra Itacibá esse ano ainda.. ESTAMOS A ESPERAR !

    ResponderExcluir
  9. Absurdo isso! Fiquei um século sem professor de SMS, e quando chega, tem que passar uma atividade valendo o bimestre inteiro, sem nem matéria para utilizar. E essas eleições... aiai.

    ResponderExcluir
  10. Enquanto era ETFES, a "disputa" para ingressar aqui, era "medonha". Concorrida mesmo. Até hoje é, só que a qualidade do ensino... Ao transformar-se em CEFETES, alardeou-se que enfim iríamos ter uma Instituição de "verdade" que atenderia anseios de muito tempo. Veio o mesmo e durou poucos anos. A "demanda" pela concorrência de se formar "profissionais" em em função do "bug" da globalização e é claro "favores" políticos, transformou os mesmos em IFES. Ótimo, mais uma vez alardeou-se que, enfim, chegamos ao "POINT" do que o mercado exigia. Pura balela, mais uma vez os "favores" políticos ficaram acima do que realmente interessava. Hoje, duas semanas de "aulas" e tem turmas que nem ao menos conhecem o que significa MATEMÁTICA no IFES. Quando chegarem os "profissionais", vai ser uma correria para se recuperar o "tempo perdido". Vai ser um tal de marcar aulas para sábados à tarde(já que pela manhã é dia letivo normal-para que os professores grevistas reponham suas aulas(duvido). Como querem que a comunidade divulgue as "qualidades" do ensino que se pratica atualmente aqui? Que saudade da ETFES.

    ResponderExcluir

Pesquisar este blog